sexta-feira, 31 de julho de 2009

A marca da fala...


Falar, verbalizar, hoje tão comum, outrora nao...
O feminino e sua trajetória por vezes silenciada. Pensar em escrever livremente o que se pensa - mas não tão livremente assim, afinal há uma farsa nessa tal "liberdade de expressão"- é uma dádiva que as mulheres alcançaram, de forma mais declarada, pública, diríamos, a partir do final do século XIX.
Esse tempo marcou algo talvez impensado pelos "patriarcas de plantão", algo que tanto lutaram contra que se tornou realidade. A fala tornou-se propriedade das mulheres também e isso, podemos dizer, com o apoio de alguns homens, avançados de seu tempo, amantes, quem sabe, admiradores nao só da beleza feminina mas também de sua inteligência, tão renegada por séculos... Penso: "esses homens conseguiram ir além, enxergar aquilo que a crosta dos olhos limitados de uma sociedade androcêntrica, em geral, não conseguia ver."
É nesse contexto que algumas mulheres passam a tomar o "falo da fala" através de publicações de memórias, diários, confissões. Tornam-se sujeitos de discurso.
Virgínia Woolf (1882-1941), uma das mais importantes figuras da literatura inglesa, é um dos ilustres exemplos, já nas primeiras décadas do século XX, do poder que o feminino alcançou através da escrita. E ela retratou bem o que na verdade importa às mulheres: liberdade para experimentar e para serem diferentes dos homens! Afinal eu diria: "nao às desigualdades e sim às diferenças"!!!!

Roseane Farias