sexta-feira, 4 de junho de 2010

Minha amiga Patch Adams


Era um dia comum e alguém lembrou-se de fazer bem.
No mundo dos encapuzados e esquecidos, alguém afetou alguém.
No desejo de fazer alguém sorrir, (re)ativou-se em alguém o desejo de viver.
Quantos pequenos gestos mudam o viver...
Era uma tarde como outra qualquer e a enfermeira lembrou-se que assistir é amar.
Convidando seu paciente a andar, retira-o do leito e o faz recordar que há algo fora daquele lugar.
Vendo os dois a caminhar, percebo não haver, naquele instante, nada mais importante do que apreciar a simplicidade da vida nas árvores da rua, num carrinho de caldo de cana, nas pessoas a falar.
Então, fico a pensar...
Parece ser tudo demasiado, como diz Meireles! O cenário dos espetáculos, o mundo do fantástico e dos inventos.
E enquanto isso, tantas vidas que desejam apenas, respirar, andar, falar, sorrir, viver.
Quantos pequenos desejos abafados. Quantas razoes justificadas na correria da vida frenética.
O tempo passando, a vida se exaurindo das nossas mãos, alguém pedindo atenção.
E na estacao onde o trem vai passando, coisas ficam para trás, pessoas-sem se olharem- se despedem no caos.
Mas, e a enfermeira? Espero encontra-la la, no mesmo lugar.
(Dedicado a minha amiga e Enfermeira: Daniglayse)

Roseane Farias