segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Todo excesso é sintomático

Todo excesso, sem exceção, é sintomático.
Bem vindo a cultura dos excessos!
Parece que tudo é demasiado.
O sujeito busca tanto emendar a falta que torna-se excessivo, obsessivo.
Obsessivo pelo excesso porque busca o que nem sabe.
Não reconhece seu desejo, parece estranho a ele mesmo.
O excesso do consumo...
Da bebida, da comida e já que neste âmbito, do sexo...
Tudo é (de)mais...
E nesses momentos de excesso, forja-se uma felicidade que também excede.
E repete, repete, repete...
Sempre aquela mesma história
Compulsão a repetição, Freud já alertava.
Mas, quando de volta ao não excedido da sua real existência, a calmaria e o silêncio, o espelho defronte de si mesmo, sem aquele barulho do excesso: encontro insuportável.
Então, repete, repete e repete...
Roseane Farias